A diarreia é um problema frequente que decorre principalmente da gastroenterite, associada a intolerâncias alimentares múltiplas.
A pessoa não sabe que têm essas intolerâncias e vive sofrendo com o desequilíbrio que a diarreia provoca em seu dia a dia.
Por este motivo, quando a queixa do paciente é relacionada a constância desse sintoma, a nutricionista já começa a investigar prováveis intolerâncias em seu histórico alimentar. Quando o paciente é criança, a dieta já começa contornar a provável intolerância ao leite de vaca, pois essa é considerada a alergia alimentar mais comum e que normalmente já se manifesta nos primeiros anos de vida.
Na conduta nutricional, novos cardápios estratégicos começam ser elaborados e a formula láctea que pode substituir aquele alimento é fórmula proteica hidrolisada ou semi hidrolizada (ou sem lactose).
Dependendo da casa e do grau de intolerância que a criança apresenta, a melhor opção é escolhida, sempre levando em consideração os melhores ganhos para o desenvolvimento infantil.
Conheça as fórmulas que podem substituir o leite e as recomendações mais universais:
Fórmulas Parcialmente Hidrolisadas
Não se recomenda ao tratamento da Alergia ao Leite de Vaca, pois em sua composição há proteínas intactas que conferem altos graus de outros tipos de potencial alergênico.
Fórmulas Semi-hidrolisadas
São aquelas em que a proteína do leite de vaca é mais processada do que em relação a fórmula comum, reduzindo-se, com isso, o risco de desenvolvimento de alergias. Alguns pediatras a recomendam no caso de existir histórico de alergia à proteína do leite de vaca na família do bebê, como um fator adicional de prevenção do problema.
É o caso do Nan HA ou Enfamil Gentlease, recomendados para bebês de 0 a 12 meses. Em casos de bebês com digestão muito difícil e muitas cólicas, esses produtos podem ser especialmente interessantes.
Quando o bebê é diagnosticado com alergia às proteínas do leite de vaca, o processamento desse leite pode não ser suficiente para evitar o processo alérgico. Nesse caso são recomendadas as fórmulas extensamente hidrolisadas.
Fórmulas Extensamente Hidrolisadas
Recomenda-se para o tratamento da Alergia ao leite de vaca (APLV). Com esse produto, cerca de 90% dos pacientes com APLV apresentam melhora dos sintomas. Compostas por aminoácidos livres e Peptídeos, as fórmulas extensamente hidrolisadas têm eficácia de 97%.
Segundo recomendação da Academia Americana de Pediatria, para uma fórmula ser considerada hipoalergênica, ela deve ser avaliada em estudos clínicos que demonstrem sua tolerância em pelo menos 90% dos lactentes com APLV.
Essa recomendação é citada por outras sociedades (SBP e ASBAI 2007, ESPGHAN and ESPACI 1999) e fundamenta o entendimento de que as fórmulas extensamente hidrolisadas são eficazes em aproximadamente 90% dos pacientes.
Fórmulas extensamente hidrolisadas, têm um preparo ainda maior para que possam ser ingeridas pelo bebê alérgico à proteína do leite de vaca. Nelas, as proteínas são quebradas em partículas bem pequenas, com menor potencial alergênico. As marcas mais conhecidas são Pregomim Pepti e Alfaré.
Fórmulas à base de aminoácidos
Em casos mais severos de APLV podem ser as únicas toleradas pelo bebê. Podem ser usadas desde o nascimento. Seu processamento é mais elaborado, por isso são as de maior custo (uma lata chega a custar R$160,00 – preço pesquisado em junho de 2013). As marcas mais conhecidas são Neocate e Aminomed.
Fórmulas sem lactose
Para ser usada em casos de intolerância à lactose (que não tem nada a ver com alergia à proteína do leite de vaca!). Quando o bebê não consegue digerir o carboidrato do leite – a lactose – por falta ou produção deficiente da enzima lactase, a fórmula sem lactose é indicada. É o caso do Aptamil sem lactose e do Nan sem lactose.
O importante é conduzir a melhor formula de acordo com os sinais e sintomas apresentado pela criança, fazendo com que ganhe o peso adequado e se desenvolva.
ELIANE PETEAN ARENA
Nutricionista
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