A alergia alimentar é um problema nutricional que tem aumentado durante a última década, provavelmente devido à maior exposição da população a um número maior de alérgenos alimentares disponíveis. O avanço das pesquisas nessa área e a divulgação de estudos epidemiológicos, vêm apontando para o crescimento dessa tendência alérgica e esse fenômeno demanda maior atenção por parte dos nutricionistas.
A importância da alergia alimentar na alimentação contemporânea é crescente na medida em que os hábitos alimentares e a disponibilidade de nutrientes tem se transformado rapidamente em função das inovações tecnológicas acessíveis a grandes camadas da população.
Considerando a quantidade de alimentos que o sistema gastrointestinal de um indivíduo recebe durante a vida, não é surpreendente, sob certas circunstâncias, que este material estranho possa produzir uma reação adversa servindo até como veículo para agentes nocivos.
O termo “reação adversa ao alimento” tem sido usado para descrever a resposta anormal exibida por certas pessoas após a ingestão de alimentos que são normalmente tolerados pela maioria dos indivíduos. O termo alergia é assim usado para descrever uma reação imunológica alterada à um material estranho, o qual é então denominado de alérgeno.
A alergia alimentar é um problema nutricional que afeta tanto crianças quanto adultos, sendo que a maior incidência está presente entre os primeiros. A prevalência de alergia à proteína de leite de vaca é estimada entre 1,0 e 7,0% da população infantil.
A eliminação dos alimentos responsáveis pela alergia tem sido recomendada como terapia nutricional convencional. Entretanto, se ocorre sensibilidade para múltiplos alimentos ou se alimentos nutricionalmente adequados estão implicados, tal eliminação poderá ocasionar má nutrição quando o período de tratamento é prolongado.
Por isso é necessário o acompanhamento nutricional, com introdução de substitutos estratégicos para a saúde e a qualidade de vida do paciente.
Diante desse panorama de pessoas com alergia alimentar, seria necessário que a oferta de produtos denominados “hipoalergênicos” fosse abundante e diversificada, mas infelizmente, no Brasil ela ainda é precária.
Os produtos disponíveis que contamos no mercado nacional, até o momento, são fórmulas importadas que contém proteínas de caseína ou soro lácteo, hidrolisadas enzimaticamente.
A utilização de hidrolisados é uma medida controversa, haja visto os diversos resultados apresentados por várias pesquisas que aponta os riscos e a necessidade de maior controle para acompanhamento das reações dos usuários, que não são uniformes.
Desta forma é oportuna a realização de novas pesquisas referentes à obtenção e caracterização de proteínas modificadas enzimaticamente, visando propor alternativas mais eficientes e de custos inferiores quando comparadas às disponíveis no mercado.
ELIANE PETEAN ARENA
Nutricionista
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