O Iodo
O iodo é um elemento químico de símbolo I, de número atómico 53 e de massa atómica 126,9 u. À temperatura ambiente, o iodo encontra-se no estado sólido. É um não metal, do grupo dos halogênios da classificação periódica dos elementos.
O iodo é um mineral necessário para a síntese dos hormônios tireoidianos que irão regular as funções do organismo. Sua deficiência pode levar ao bócio e seu excesso pode causar intoxicação. A tiroide usa-o para produzir hormônios que asseguram o desenvolvimento normal do cérebro e do sistema nervoso da criança, desde a gestação e nos primeiros anos de vida.
O iodo e a mãe
Durante a gravidez, a ingestão diária de iodo aumenta em 50% as necessidades desse mineral pela mãe. No início da gestação, a captação de iodo pelo sistema renal aumenta e ‘rouba’ da tireoide parte razoável do iodo necessário à função glandular de produzir os indispensáveis hormônios T3 e T4. Em reação, a tireoide eleva o seu poder de captação do precioso mineral, neutralizando, em parte, a perda renal de iodo. Mas o feto, a partir da 12ª a 16ª semana de gestação, entra neste esquema de consumo já que inicia a captação de iodo também pela tireoide fetal.
A orientação da Direção-Geral da Saúde (DGS), depois de vários estudos terem demonstrado que grávidas e lactentes apresentam défict de iodo, é que a mulher deve tomar 150 a 200 microgramas diários do mineral, sob a forma de iodeto de potássio Essa orientação vale desde que a mulher começa a preparar-se para gravidez, até deixar de amamentar.
Contudo, essa suplementação deve ser orientada por um profissional, levando em conta a situação clinica de cada paciente e a contraindicação para quem tem doenças da tireoide.
A indicação do iodo, para a mãe, é importante para a síntese de hormônios da tiróide, e estes hormônios, por sua vez, são importantes para a maturação do sistema nervoso do feto e para o desenvolvimento neurológico da criança, ate a 20° semana de gestação.
Estudos recentes em tireoide fetal mostram que o sistema de captação de iodo é o primeiro mecanismo fisiológico a surgir na vida tireoidal fetal. Enfim, a partir da 16ª semana de vida intrauterina temos três sistemas lutando pelo escasso iodo na gestação: a tireoide materna, a tireoide fetal e o sistema renal.
É certo que o período gestacional necessita de quantidade maior de iodo para atender as necessidades da gestante e do feto.
O suplemento de iodo não dispensa uma alimentação variada e equilibrada, que inclua alimentos ricos neste componente.
Alimentos ricos em iodo
Algas Marinhas
vegetais do mar, como algas são uma fantástica fonte de iodo. Um quarto de xícara de algas contém cerca de 415 mcg de iodo, e também as ostras, moluscos e outros mariscos e peixes de água salgada.
Feijão Verde
Meia xícara de feijão verde contém cerca de 3 mcg.
Leite e ovos
também são fontes de Iodo, desde que oriundos de animais que tenham pastado em solos ricos em Iodo ou que foram alimentados com rações que continham o nutriente.
Morangos
Morangos são uma das poucas frutas que contém grandes quantidades de iodo. Uma xícara de morangos contém 12,96 mcg de iodo ou 8,6% da RDA.
Ameixas
Cinco ameixas contêm cerca de 13 mcg de iodo.
Sal iodado ou sal marinho
Alguns alimentos como broto de bambu, cenoura, couve-flor, milho e mandioca diminuem a absorção do iodo pelo organismo.
Todo iodo ingerido, seja através da alimentação ou de medicamentos, é essencial para que a glândula tiroide produza os hormônios que são responsáveis pela regulação do metabolismo. Estes hormônios têm um papel importante no crescimento e desenvolvimento dos órgãos, em particular do cérebro, que ocorre, sobretudo durante a gravidez e nos primeiros anos de vida.
Quando a ingestão de iodo não é suficiente durante a gestação e a amamentação, além da mãe ficar mais pré-disposta as doenças da tireoide, o sistema nervoso central do bebe também pode ser prejudicado. O feto é totalmente dependente dos hormônios tireoidianos produzidos pela mãe e qualquer alteração na síntese hormonal nessa fase pode causar consequências graves para o desenvolvimento fetal. Após o segundo trimestre, o bebê já tem sua própria tireoide desenvolvida, mas ainda depende do aporte de iodo da mãe, que é feito pela placenta.
Portanto, as mulheres grávidas e as mulheres que amamentam têm necessidades maiores porque o seu organismo exige maior quantidade de iodo para funcionar, os rins eliminam mais e é preciso transferir hormônios e iodo também para o feto.
Quando a alimentação é variada, com alimentos ricos em iodo e a suplementação é adequada, é possível que as gestantes atinjam a dosagem recomendada.
É muito difícil que uma pessoa consuma excesso de iodo por meio somente da alimentação.
O consumo maior do que a dose diária recomendada (150 microgramas) pode prejudicar o ser humano, por isso a dose de iodo no sal passou para 20 a 60 miligramas por quilo no Brasil. Esse é o recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para populações que consomem até dez gramas de sal por dia. No Brasil, recomenda-se uma iodação na faixa de 15 a 45 mg de iodo por quilograma de sal de cozinha, o que proporciona um consumo médio diário de iodo de 360 mcg. O sal enriquecido dessa forma pode ser capaz de cobrir as necessidades de iodo das gestantes que consomem sal em baixa quantidade. (ANVISA) O excesso ou o déficit podem ser prejudiciais, em pessoas que já tem histórico de problemas na tireoide, causando hipotireoidismo ou hipertireoidismo.
Consequências de quando falta iodo para o iodo para a mãe e para o feto
A mulher grávida que tem deficiência de iodo apresenta um risco maior de aborto espontâneo, nascimento de natimortos e de crianças com baixo peso e que vão apresentar taxas de sobrevivência muito baixas. A falta de iodo afeta o cérebro do feto ou do recém-nascido, podendo ocasionar retardo mental, surdez, mudez e cretinismo. (retardo mental grave e irreversível)
A deficiência de Iodo tem aumentado muito a taxa de mortalidade infantil e com o passar dos anos, vão aparecendo sintomas como a diminuição na capacidade de trabalhar e aprender.
Veja uma pesquisa feita com mulheres gravidas:
“Estudos populacionais em mulheres em vida fértil, realizado nos Estados Unidos, mostrou que a excreção urinária de iodeto (que corresponde ao iodo ingerido) era de 128 microgramas de iodo por litro de urina, quando o recomendado seria de 250 microgramas de iodo/L de urina.”
No subgrupo, com baixa de ingestão de iodo, notou-se que 37% apresentavam ioduria abaixo de 100 mcg de iodo por litro de urina, o que indica carência de iodo para o binômio materno-fetal e risco neurológico para a futura criança na vida pós-natal.
Segundo os pesquisadores, a deficiência de iodo pode “impedir que crianças atinjam seu potencial pleno” e que a questão deve ser tratada como “um problema sério de saúde pública”.
Outro estudo, publicado na revista científica Lancet, analisou mil famílias britânicas e observou QIs mais baixos e dificuldades relacionadas à leitura entre crianças cujas mães ingeriram poucos alimentos com iodo durante a gestação.
Com todos esses estudos e pesquisas que vem sendo feitas em cima do consumo de iodo, é para que nossas futuras crianças possam ser adultos com capacidades intelectuais normais.